maio 24, 2016

Outono de novo

Quando, antes de abrir os olhos hoje pela manhã, percebi os meus pés frios, descobri você passeando pelos meus pensamentos. E no decorrer das horas deste dia cinza me preenchi de lembranças suas.
Mas como não lembrar se na ultima vez que vi inverno eu estava sentada exatamente ao seu lado?
No último dia frio de que tenho memória eu me encontrava aconchegada num cobertor de cabelos castanhos, distraída da realidade, hora observando, hora pintando sua pele como um livro de colorir, desses criados para acalmar os cansaços. E cada detalhe vivido dessas curtas horas frescas que tivemos foram compondo e estruturando minhas lembranças de dias cinzas e úmidos que, por isso, estarão sempre vinculados à sua presença.
Foi tanto Sol que assisti durante todo esse tempo, desde que fomos embora, que acabei me esquecendo de que em algum momento eu teria de inventar histórias novas para enfeitar meus dias de pés gelados e dedos roxos só para tirar você de perto. Ainda bem que o outono chegou para me trazer a oportunidade de construir algo ainda mais bonito que você.

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